Lendo essa matéria abaixo decidi fazer um post sobre um dos brasileiros mais ricos do mundo: Jorge Paulo Lemann.
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Treze brasileiros figuram no novo ranking publicado pela revista 'Bloomberg Markets'DE SÃO PAULO
A fortuna das 200 pessoas mais ricas do mundo é maior que a soma da riqueza gerada pelo Brasil no ano passado (US$ 2,49 trilhões).
Os 200 principais bilionários acumulam uma riqueza de US$ 2,7 trilhões, equivalente ao PIB da França, a sexta maior economia global no ano passado.
Os dados são da revista "Bloomberg Markets", publicação mensal da agência de notícias financeiras que passa a publicar, a partir da edição de dezembro, uma lista anual de bilionários.
A lista é liderada pelo mexicano Carlos Slim (US$ 77,5 bilhões), mas o maior aumento na fortuna foi alcançado pelo espanhol Amancio Ortega, dono da rede de moda Zara. Sua fortuna aumentou em US$ 18,4 bilhões (ou 52%) entre janeiro e outubro.
Com US$ 53,6 bilhões, ele hoje é o terceiro homem mais rico do mundo, ultrapassando Warren Buffett -a segunda posição é de Bill Gates.
Há 13 brasileiros no ranking, e Eike Batista, na 28ª posição, é o mais bem colocado, apesar da queda de 9,3%, para US$ 20,4 bilhões.
O brasileiro que mais enriqueceu neste ano foi Jorge Paulo Lemann. Sua fortuna cresceu 54,9%, para US$ 19,1 bilhões.
Os dados tomam por base índice criado pela Bloomberg que atualiza diariamente a fortuna dos mais ricos com base no preço das ações -no caso da revista, os dados levam em conta a cotação até 5 de outubro.
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Por dentro da cabeça de Lemann
O bilionário Jorge Lemann, dono de uma fortuna de US$ 11,5 bilhões, fala à DINHEIRO sobre sua crença na internacionalização das empresas brasileiras. Para ele, as grandes oportunidades estão em setores maduros, como siderurgia, transportes e alimentos
Ao longo de sua trajetória empresarial e pessoal, o bilionário Jorge Paulo Lemann, 71 anos, se caracterizou pela discrição. Poucas vezes foi visto em eventos empresariais e menos ainda em badalações noturnas. Mesmo assim, se tornou uma espécie de pop star do mundo dos negócios. Com suas tacadas ousadas, ergueu um império e acumulou uma fortuna avaliada em US$ 11,5 bilhões.
Suas opiniões, portanto, valem ouro. Na semana passada, DINHEIRO teve uma raríssima oportunidade de ter uma conversa com Lemann na qual se revelaram vários dos conceitos que o norteiam no mundo dos negócios. Em um diálogo rápido, mas objetivo, temas como globalização, educação e a eficiência das empresas brasileiras fluíram com naturalidade.
Isso se passou após uma palestra proferida, em São Paulo, pelo americano Jim Collins, guru da área de gestão empresarial. Mas foi Lemman quem roubou a cena, logo que as luzes foram acesas e ele foi reconhecido. Rapidamente se formou um grupinho à sua volta.
Dezenas de homens e mulheres pediram para posar para fotos. Todas as solicitações, é importante que se diga, foram recebidas com um sorriso afável e atendidas prontamente. Alguns, mais arrojados, aproveitaram a rara ocasião de encontrá-lo pessoalmente para tentar cavar um espaço em sua agenda para, quem sabe, propor algum negócio.
Durante o bate-papo com a DINHEIRO, Lemann falou sobre sua visão do capitalismo brasileiro e deu pistas sobre os motivos que o levaram a assumir o controle do Burger King. A transação, feita em parceria com os sócios Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, donos da 3G Capital Partners, envolveu cerca de US$ 4 bilhões.
“Ao contrário dos americanos, que só têm olhos para os segmentos de tecnologia, os empresários brasileiros topam ir para o Exterior para investir em setores considerados antigos, como cerveja, cimento, siderurgia e até hambúrguer”, disse ele.
Como exemplo desse estilo empreendedor, citou tacadas recentes de frigoríficos brasileiros. Neste ano, a Marfrig desembolsou US$ 1,26 bilhão pela americana Keystone Foods, enquanto a JBS Friboi pagou cerca de US$ 800 milhões pela americana Pilgrim’s Pride.
Para Lemann, todas estas áreas possuem boas opções para quem está disposto a carimbar o passaporte rumo à internacionalização. “São segmentos nos quais os grandes jogadores globais estão mais acomodados porque não sofrem o assédio dos rivais em seu próprio país”, destacou José Olympio Pereira, diretor-geral da área de investimentos do Credit Suisse.
“E com um choque de gestão é possível elevar rapidamente o valor dessas empresas”, completou ele. E é exatamente nesse ponto que a “Escola Lemann de gestão” tem mais lições a dar. “Os empresários e executivos brasileiros foram testados em um ambiente de turbulência econômica e de grandes transformações. Com isso, ficamos mais preparados para lidar com situações adversas”, pontuou Lemann.
E isso ele consegue ver dentro de casa. No total, cerca de 100 expatriados brasileiros ajudam a tocar as operações globais da ABInbev, resultado da fusão da Anheuser-Busch com a Inbev. O trabalho desenvolvido por Carlos Brito na Inbev o credenciou para assumir a presidência da ABInbev. Isso o transformou em um dos mais famosos aprendizes de Lemann.
Brito fez da Inbev a potência que acabou engolindo a rival americana Budweiser, numa transação que consumiu US$ 52 bilhões. Apesar de ter participações acionárias, maiores e menores, em empresas como ALL e CSX (do setor ferroviário), Inbev (bebidas) e São Carlos (imobiliário), a Ambev continua sendo sua menina dos olhos. “Quero transformar a Ambev no exemplo de gestão do século XXI”, disse.
Cair nas graças de Lemann, contudo, não é fácil. É preciso ser competente, trabalhar duro e mostrar resultados. Foram essas características, aliás, que garantiram a ascensão de outro aprendiz, o carioca Bernardo Hees. Em setembro, ele foi escolhido para assumir o comando mundial do Burger King. Ex-presidente da ALL, do setor ferroviário, Hees possui uma personalidade altamente competitiva – traço característico de todos os que foram forjados na escola Lemann.
“Você sempre trabalha para ser campeão. Eu não acredito quando alguém diz o contrário”, disse em recente entrevista. A disciplina e o comprometimento são recompensados com bônus, cada vez mais polpudos, vinculados diretamente à performance individual.
Essa, de acordo com Pereira, do Credit Suisse, foi uma das grandes contribuições de Lemann ao capitalismo brasileiro: “Ele revolucionou o mercado ao introduzir a cultura da meritocracia e da valorização do capital intelectual”, disse Pereira. “Isso representou uma quebra de paradigma, pois garantiu às três partes – empresa, trabalhador e investidor – a possibilidade de se beneficiarem do sucesso do negócio.”
Adepto de um estilo despojado de vestir, Lemann, na palestra de Collins, envergava uma camisa imaculadamente branca, contrastando com os ternos sisudos, nas cores cinza e grafite, que se tornaram uma espécie de uniforme no mundo corporativo. Antes mesmo do término da palestra de Collins, Lemann foi saudado, do palco, por Edson Godoy Bueno, presidente da Amil, que comandava o talkshow com o guru americano. “Jorge Paulo Lemann é meu grande inspirador. É uma pessoa humilde, tem sexto sentido, possui um grande feeling para negócios e sabe formar equipes vencedoras”, disparou Bueno. Apesar da conhecida postura otimista, Lemann afirma que o desenvolvimento do capitalismo brasileiro corre um grande risco. E isso não se deve a fatores macroeconômicos, como taxa de câmbio ou um possível descompasso nas contas-correntes.
Para ele, o que pode emperrar o crescimento do Brasil é o baixo nível da educação. “Precisamos melhorar a qualidade do ensino. E essa é uma tarefa que cabe não só ao governo como também ao setor privado”, disse. O empresário fala sobre o tema com bastante propriedade. Foi um dos primeiros do País a criar um programa de altíssimo nível de apoio a jovens acadêmicos, baseado em bolsas de estudo concedidas pela Fun-dação Lemann e por sua parceira Fundação Educar, da qual integra o conselho.
No período 1999-2009, foram beneficiadas 273 pessoas. Elas passaram por entidades de primeiríssima linha como as universidades de Colúmbia, Harvard, Chicago e Stanford, todas nos EUA. Somente no Instituto Lemann de Estudos Brasileiros, inaugurado em outubro de 2009 na Universidade de Illinois (Chicago), ele investiu US$ 14,4 milhões.
Em todos eles são privilegiadas as pesquisas que tenham como foco assuntos de interesse do Brasil ou que ajudem no desenvolvimento do País. A obsessão pela qualidade do ensino inclui ainda as companhias nas quais ele possui participação acionária. “O maior patrimônio de uma empresa são seus funcionários”, destacou. Isso pode ser traduzido em números.
Na Ambev, por exemplo, apenas neste ano estão sendo gastos R$ 20 milhões em cursos de qualificação. Trata-se de uma verba 25% acima dos R$ 16 milhões aplicados em 2009. O foco é a preparação de gestores, e o trabalho é feito em parceria entre as Universidade Ambev e a Busines School São Paulo.
Veja vídeo: O que eu aprendi em Harvard
Fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/77759-fortuna-dos-200-mais-ricos-do-mundo-e-maior-do-que-o-pib-do-brasil.shtml
http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/41021_POR+DENTRO+DA+CABECA+DE+LEMANN
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